sábado, 26 de julho de 2014

Visgo

Presa como um pássaro
Desvencilhar-me não consigo
A cada intento, mais presa fico.

Minhas forças esvaecem
Partir já não consigo
E ficar é o meu castigo.

Não saberia mensurar
Qual sina mais difícil
A de ir, ou de ficar.

Não sou mais dona de mim
Órfã da minha razão
E refém do meu coração.

Hei de encontrar forças
Coragem para voar
E o voo da liberdade, alçar.

Mas sozinha não consigo
De uma mão e um coração
Com urgência necessito.

 Ao mesmo tempo reflito
Que amor é doação
Não pode existir conflito.

E se como um visgo me prendes
E machuca o meu coração
Não pode ser amor, e sim escravidão.

Sônia Rodrih


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