domingo, 29 de agosto de 2021

Trevas e Luz

E havia luz

Um pequeno ponto

Em meio a escuridão.

Um pequeno facho

No túnel escuro

Sem fim em suas trevas

De memórias ingratas

De memórias traiçoeiras

De memórias vãs.

Uma minúscula chama

Açoitando fantasmas

No imenso breu

Enquanto repousa o algoz

Sob a égide da impunidade

Sem remorso algum.

Mas a luz há de prevalecer

Alimentada pelo fogo da justiça

E do bem em face do mal!

E a noite se fará luz

Brilhará, o sol

E a vida florescerá!

Cantarão em coro

Anjos e arcanjos

E amém, dirão!


Sônia Rodrih

Julho/2021



sábado, 28 de agosto de 2021

Estrela-Cadente

Ela riscou o céu escuro

Num rastro de luz brilhante

E concedeu-me o desejo

De amor, naquele instante...


A escuridão tornou-se luz

A tristeza sorriu faceira

A solidão abriu os braços

Naquela noite, primeira…


As estrelas cintilaram, festivas

A lua plena, resplandeceu

Anjos entoaram hinos

E ali o amor nasceu...


O cruzar de olhares

O toque de mãos

Selaram o nosso destino

Eternizado no coração…


Sônia Rodrih

Data do poema: Maio/2021



Crisálida

E ela era prisioneira
De ilusões
E promessas vãs...
 
E ela rompeu o invólucro
E ela venceu a dor
E ela viu a luz...
 
E vendo a luz
Ela criou asas
E ela voou alto...
 
E voando alto
Ela viu o mundo de cima
E ela se olhou...
 
E se olhando
Ela se viu
E ela se reconheceu...
 
E ela voou livre
E ela voou plena
E ela voou feliz...
 
E no seu voo
Ela disse adeus
À infelicidade... 

Sônia Rodrih

Data do poema: Mai/2021





quinta-feira, 29 de julho de 2021

Amor Bandido

 Roubastes a minha paz

E vives em guerra com o teu coração

Eu sei!

 

Sequestrastes os meus sonhos

E vives em pesadelos

Eu sei!

 

Arrancastes a minha alegria

E disfarças a tristeza que sentes

Eu sei!

 

Saqueastes o meu amor

E finges amor a quem não amas

Eu sei!

 

E te acovardas

Diante do amor que deveras sentes

Eu sei!

 

Talvez um dia regresses

Talvez devolvas o que de mim foi roubado

Talvez...

 

Talvez confesses o teu amor

Talvez seja anistiado

Talvez seja absolvido...

Talvez...


Sônia Rodrih



sábado, 3 de julho de 2021

Nada é Igual

Os dias não são os mesmos

No travesseiro, o seu cheiro

Na boca, o gosto do seu beijo...

 

As manhãs não são as mesmas

Sem Bom dia, sem carícias

Sem promessas para logo mais... 

 

As noites não são as mesmas

Sem música, sem vinho

Sem afago, sem carinhos...

 

A vida não é a mesma

É só saudade

De você, minha metade!


Sônia Rodrih


sexta-feira, 18 de junho de 2021

Doces Lembranças

Lembro-me da magia do encontro

Com segundas, terceiras

Com todas as intenções...

 

Lembro-me da espera

Do frio na barriga

Da expectativa da chegada...

 

Lembro-me do encantamento

Do toque de mãos

Da troca de olhares...

 

Lembro-me do olhar

Aguçado e atento

Em decifrar intenções...


Lembro-me do silêncio

Carregado de significados

Que dispensou palavras...

 

Lembro-me do inesperado

Do não programado

Da surpresa gostosa...


Lembro-me do desejo

Do abraço que envolve

Do suspiro que infla o peito...

 

Lembro-me do aconchego

Descansado na paz do afago

E repousado nas carícias...

 

Lembro-me

Do inesquecível

Do inimaginável...

 

Lembro-me

Porque está cravado

Porque está eternizado...


Sônia Rodrih

sábado, 22 de maio de 2021

Quem é Ela?

Que te rouba o chão

E te deixa nas nuvens

Levitando

Em suspensão...

 

Que te rouba sorrisos

E te deixa em estado de graça

Meio bobo-alegre

Mais bobo, que alegre...

 

Que te rouba a sensatez

E te deixa sem limites

Inconsequente

Meio adolescente...

 

Que te rouba a paz

E te deixa intenso

Inquieto

Menos esperto...

 

Que te rouba a inocência

E te deixa voraz

Canibalesco

Mais que sagaz...

 

Que te rouba de você mesmo

E te perde pelo caminho

Perdido

Em meio a flores e espinhos...

 

Que te ofusca a visão

E te deixa febril

Embevecido

Mais que iludido...

 

Que te sequestra de ti mesmo

E te rouba a razão

Perdição

É ela – a paixão!


 Sônia Rodrih





Inteiro Teor

Nos versos

Desenho a minha saudade

E o meu amor de verdade...

 

Nas rimas

Trago encantos

Para disfarçar o meu pranto...

 

Nas estrofes

Conto segredos

Sem receios, sem medos...

 

Nas entrelinhas

Abro-te meu coração

E confesso a minha paixão...

 

Nas metáforas

Há um disfarçar, indisfarçável

Do sentimento indomável...

 

E no “inteiro teor”

Declaro-te

Todo meu amor! 

Sônia Rodrih





sábado, 15 de maio de 2021

Emboscada

Chegaste tão frágil

Inseguro e vulnerável

Embora travestido de força e poder...

 

Os anjos entoaram hinos

E dançaram a dança do amor

Estava escrito...

 

Os beijos deram fôlego aos dias difíceis

As carícias aliviaram as dores da alma

Os risos alegraram os dias enfadonhos...

 

Experimentaste a paz, nas batidas do meu coração

Conheceste o amor nas ações

Amor inimaginável, de outras vidas, talvez...

 

A turbulência de sentimentos, por ti, negados

À procura de validação

Abriu um grande abismo...

 

Em meio ao combate

Palavras foram lançadas feito flechas

E abriram grandes feridas...

 

O terreno estava minado

E o amor tentava sobreviver

À iminência da destruição...

 

O inimigo estava à espreita

O ataque certeiro, declina o oponente

Derrotado pelo fator surpresa...

 

Destituído e ferido de morte

Sangra a ferida imaginária

Dentro do peito, a dor é real...

 

Em meio à destruição

Em meio à devastação

O coração ainda pulsa...

 

Descompassado, pulsa

Desacelerado, pulsa

Insistente, pulsa...

 

Lentamente, pulsa

Em contagem regressiva

Pulsa...


Sônia Rodrih