quarta-feira, 30 de julho de 2014

Auroras do Amor

Espetáculo da natureza
Extasia qualquer olhar
Momento de rara beleza
Privilegia quem testemunhar.

Irmãs de igual grandeza
Nos Polos vêm encantar
Surgem num piscar de olhos
Beleza efêmera, desfaz-se no ar.

Assim é o meu amor
Chega e vai sem avisar
Passeia pelo meu corpo
Como auroras, o céu a beijar.

Sônia Rodrih


domingo, 27 de julho de 2014

O Cerrado Vive

Beleza rústica, na flora estampada,
Flores coloridas, enfeitam a chapada.
Grutas, ninhos e tocas,
Para os bichos são moradas.

Cenário cheio de vida,
De muitos é o sustento,
A colheita colorida,
Enche os cestos de alimento.

Nossa fauna é diversa,
Tucano, tatu, lobo-guará,
No cerrado se dispersa,
Onça-pintada, tamanduá.

A flora é rica em frutos,
Pequi, jenipapo, araçá,
Viram doces e licores,
Buriti, jabuticaba, ingá.

Nossa flora é plural,
Enfeita e alimenta,
Da vegetação nativa,
O artesão, a arte inventa.

 E o ipê-amarelo?
Árvore símbolo do Brasil,
Na seca floresce belo,
Pra mostrar que é gentil.

Rico em biodiversidade,
Biomas a preservar
Encanta qualquer idade,
E faz o homem pensar.

O cerrado abriga vidas,
Dele temos de cuidar.
Jogar pontas de cigarro,
Causa incêndio, nem pensar!

Sônia Rodrih


sábado, 26 de julho de 2014

Coração Surdo

Preciso do seu abraço
A me envolver em um laço.
Sentir a linguagem do seu coração
Batendo em descompasso.

Sem pressa, sentir o seu pulsar
Como se por alguns segundos
O tempo pudesse parar
Para o seu peito me acalentar.

Em mim todas as vozes gritam
Abafadas por um eco mudo
Mas que podem ser ouvidas
Se buscares o sentido de tudo...

Mas o seu coração ensurdeceu
Sua voz emudeceu
Seus olhos, cegos estão.

E a minha voz se cala
Na face triste, a lágrima rola
E não há o que me consola...

Sônia Rodrih.


Visgo

Presa como um pássaro
Desvencilhar-me não consigo
A cada intento, mais presa fico.

Minhas forças esvaecem
Partir já não consigo
E ficar é o meu castigo.

Não saberia mensurar
Qual sina mais difícil
A de ir, ou de ficar.

Não sou mais dona de mim
Órfã da minha razão
E refém do meu coração.

Hei de encontrar forças
Coragem para voar
E o voo da liberdade, alçar.

Mas sozinha não consigo
De uma mão e um coração
Com urgência necessito.

 Ao mesmo tempo reflito
Que amor é doação
Não pode existir conflito.

E se como um visgo me prendes
E machuca o meu coração
Não pode ser amor, e sim escravidão.

Sônia Rodrih


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Relutância

Quisera eu desvendar
Os mistérios que guardas no peito
Que o deixas tão alheio
Insensível desse jeito.

Quisera eu conhecer
Teus segredos escondidos
Que o fazem inerte
 Diante dos meus pedidos.

Quisera eu entender
Tamanha insensatez
Deixando a vida se perder
E o amor esvaecer.

Quisera eu compreender
Porque não ouves o teu coração
Se ele clama por viver
E te acovardas sem razão.

Sônia Rodrih


Colheita do Amor

                  Assim vou pela vida                             
Em cada dia a esperança.
Sozinha com os meus sonhos
Na colheita, a confiança.

Espero que a chuva fina
Possa minh'alma purificar
Limpar toda angústia
E para bem longe levar.

O fruto guarda a semente
Esperando a semeadura
Meu coração, o amor latente
Para a colheita que perdura.

Espero encontrar você
Quando o sol rasgar o véu.
Em algum canto ou lugar
Quando o crepúsculo tingir o céu.

Quero estender-lhe minhas mãos
E sentir o toque das suas.
Com o olhar carregado de emoção
Colher o amor, sob a lua.

Sônia Rodrih



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Anjinho Sem Asas

Você é um presente,
Que o céu me enviou.
Trouxe vida e alegria,
A casa movimentou.

Hoje aqui tem música,
Tem boi-da-cara-preta,
Muitas canções de ninar,
Leite materno e nada de chupeta.

Aqui todo mundo é feliz,
Tem cheirinho de neném,
Brincadeiras toda hora,
E aprende sem demora.

Teu sorriso trouxe a paz
Que um dia nos faltou,
Tua presença encanta
E faz a vida ter valor.


Sônia Rodrih
(Para Heitor Costa, com amor.)


Mãe-África

Mãe de braços longos,
Que abriga todos os filhos,
Sem nenhuma distinção fazer.

Que chorou a vida de outros,
Outrora, de sua pátria levados,
Nos porões imundos, que o oceano cruzou.

Que se revoltou um dia,
Com homens de pouco valor,
Que segregou teus filhos, medidos por tua cor.

Que sorriu com quem se fez irmão
E com coragem até o fim lutou,
Perdendo sua liberdade, na luta pela igualdade.

Mãe da pluralidade,
Cultura-afro e musicalidade,
Ainda hoje luta contra a desigualdade.


Sônia Rodrih
(Homenagem a Nélson Mandela)


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Despida

Estou aqui para você
Despida de toda máscara
De todo orgulho e com toda graça.

Quero falar ao teu coração
Movida pela emoção
E desprovida de qualquer razão.

Quero para você doar
O melhor que em mim há
Pare um pouco e abrace a vida!

Não a deixe passar batida
Não perca o voo, não perca a hora
Quando romper a aurora, embarque no trem da vida!

Não deixe páginas em branco
No livro da tua vida
Nem no tempo franco, nossa história ficar perdida!


Sônia Rodrih.


Dança do Amor

Quero perder-me em sua dança
Em teu compasso me extasiar
Naquele encaixe perfeito
A cada nota que tocar.

Dois corpos em harmonia
Um par de almas a bailar
Em cada passo, trocar segredos
Guardados em nosso olhar.

No toque das mãos que segura
A quentura fresca da emoção
Do embalo em teus braços
Com tamanha aproximação.

Corpo a corpo, face a face
Coração com coração
Dois corpos rendidos
Na dança da paixão.

Sônia Rodrih  


                

domingo, 13 de julho de 2014

Um Dia de Sol

Andar de mãos dadas,
contemplar a natureza,
rir de bobagens bobas,
na simplicidade, a beleza.

Deitar na relva sob a árvore,
sem hora para voltar,
ouvir o canto dos pássaros,
sentir a paz e namorar.

Tomar sorvete no parque,
como crianças, lambuzar,
selinhos com sabor de morango,
dos sabores abusar.

Esquecer os compromissos,
permitir-se extasiar,
sentir a vida de perto,
e juntos sob o véu sonhar.

Voltar pra casa num abraço,
andando em pequenos passos,
sentindo a brisa no rosto,
alegria desenhada nos traços.


Sônia Rodrih


Sem Promessas

Não careço de juras,
Apenas teu amor me basta,
Enquanto existir sem injúrias.

Não precisa prometer,
Apenas presente se fazer,
Quando o tempo escurecer.

Se for difícil ser fiel,
Apenas seja leal,
Afastando de mim o fel.

Seguindo o teu coração,
Apenas diga sim,
Quando o mundo inteiro, disser não!


Sônia Rodrih.


sábado, 12 de julho de 2014

Materno Amor

Despistes de todas as vaidades
Renunciastes ao glamour das horas noturnas
Como se enclausurada no lar, ficastes
Como guardiã de uma grande fortuna.

O teu sono, em horas minguastes
Teu olhar, mais além tem de alcançar.
Teus braços, antes frágeis, agora fortes
Para o peso da cria e da vida suportar.

Dos teus seios, o branco amarelado verte
Para nutrir a vida que no ventre carregastes
E tinge de amarelo tuas vestes
Deixando-te mais mãe, e menos mulher.

No corpo, as marcas do amor doado
Esqueces até, que mulher és.
Teu amado, nas noites frias reclama
Já não encontra sob os lençóis, os teus pés.

No coração, um amor sem medidas
Carregarás por toda a vida.

 Sônia Rodrih


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Ditadura do Amor

Ensina-me a enganar a saudade
E fingir que não penso em você.
Ensina o meu coração
Com a sua ausência não sofrer!

Peça para o meu desejo
Esperar para acontecer.
Diga ao meu amor
Para ele não fenecer!

Mostre ao meu olhar, outra direção
Pois é só você, que meus olhos sabem ver.
Fale para o meu pensamento
Não lembrar e te esquecer!

Diga-me como isso fazer?
Se é que é possível, um amor esquecer.
Pois a cada dia levas
Um pouco do meu viver!

Sônia Rodrih




quarta-feira, 9 de julho de 2014

Amor Bandido

Hoje quero falar desse amor,
Que carrego dentro do peito.
Descrevê-lo, não saberia,
Muito menos, defini-lo.

Explicá-lo, não consigo,
Mas sem ele não viveria,
Pela vida, apenas passaria,
E o brilho no olhar eu não teria.

Nem aquele descompasso,
Nas batidas que me traz vida.
Nem os balanços do enredo,
Em contrações atrevidas.

Ah, esse amor bandido,
Soprá-lo aos quatro ventos,
É como falar aos teus ouvidos,
Que à luz da lua, estarás rendido!

Sônia Rodrih.





terça-feira, 8 de julho de 2014

Sem Perdão

Relações humanas, difícil estabelecer,
Espera-se demais do outro,
O que nem mesmo, tens a oferecer.

Não é permitido falhar,
Quase perfeito, tens de ser,
Se num descuido escorregares, execrado será, pra valer.

Intolerância velada,
Camufla o verdadeiro ser,
Fraternidade e generosidade, vais logo esquecer.

O orgulho fala mais alto
E envenena cada ser,
Ceifando possibilidades, de com a vida aprender.

Assim a existência perde,
Sua grande significação,
O grande valor da vida e da própria evolução.

Sônia Rodrih.



domingo, 6 de julho de 2014

Teu Falar

Como é bom te ouvir falar,
Falas com propriedade,
Conheces de tudo um pouco,
Muito tens a me ensinar.

E fico a te olhar,
Viajando no teu falar,
Às vezes me perco,
Por tua boca querer beijar.

És tudo que sonhei pra mim,
O conjunto que me completa,
Teu jeito que me desperta e
E me deixas mulher esperta.

Ensinar e aprender,
Como é bom ter você!
Assim a cada dia, só aumenta o meu querer
E a certeza, de que o meu eleito é você.

Sônia Rodrih


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Teu Colo

Preciso do seu colo com urgência,
De suas mãos em meus cabelos,
Dos seus braços a puxar-me,
De encontro ao seu peito.

Onde bate o seu coração,
Em batidas descompassadas,
Outras vezes apressadas,
Num turbilhão de emoção.

Quero todos os seus segredos,
E os meus lhe segredar,
Sentir suas mãos fortes,
O meu corpo segurar.

Apagar as luzes do mundo,
Todas as vozes silenciar,
Tudo para, tudo cessa,
Somente as vozes do amor no ar.

Essa espera é um paradoxo,
Num dia traz-me vida,
Noutro, minha vida quer levar.

E assim vou esperando,
Que um dia abra-me a porta,
Estenda-me a mão.

Olhe-me nos olhos
Envolva-me num abraço
E me ame, com paixão.


Sônia Rodrih


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Versos Meus

És um pedaço de mim,
Aflorado de minhas entranhas.
Companheiro de noites e dias,
Pela vida me acompanhas.

Em ti, descrevo meu riso e meu choro,
Em inspiração que vem do coração.
Exteriorizá-los é como um parto,
É para o mundo, dar-lhes vida e emoção.

A ti, posso chamar de meu,
Como a um filho que em mim foi gerado,
Mas como tal, és doado para o mundo,
Vai levando meu nome, vida e significados!


Sônia Rodrih


terça-feira, 1 de julho de 2014

Vento Namorado

Beija-me o corpo com sofreguidão
Causando-me arrepios, gemidos e apelos.
Impetuoso, bagunça os meus cabelos
num açoite com fúria, sem zelo!

Sopra em meus ouvidos a malícia
Num convite dissimulado.
Sutilmente, toca-me o corpo em carícias
Provocando súplicas e pecados.

Chega sorrateiro, sem avisar
Vai-se quando aquieta o ar.
Furacão, brisa ou calmaria
Vai levando os sonhos de Maria...


Sônia Rodrih