sábado, 4 de julho de 2020

Ousadia

Ousei amar-te
Na tenra flor da idade
Em que o coração transbordava amor
Embebido em sonhos e ilusões.

Ousei acreditar em teu amor
E desafiei o mundo.
Ignorei lágrimas e súplicas
De quem me amava incondicionalmente.

Ousei quebrar a tua couraça
E tocar o seu coração.
Ofertei-te o mais lindo e puro amor
De corpo e alma, amei-te.

Ousei te pertencer
Era toda sua, sempre...
Desde botão em flor
E em tuas mãos desabrochei...

Ousei ser feliz contigo
Amei-te sem medidas
Doei-me por inteira
E paguei o preço...

Ousei mudar sua natureza bruta e tosca
Por um breve tempo consegui o feito
Mas a áspide latente em seu âmago
Emergiu com força, e o fez perder-se nas brenhas...

E aprendi que o amor traz vida
Mas também mata.
E ousei viver,
Quando em mim tudo morrera...

E na ousadia
Experimentei a quietude, após a tormenta
O sorriso pleno, após as lágrimas,
A força de viver, post mortem!

Sônia Rodrih




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